REGRAS UCI 2023 - VEJA O QUE MUDA NO MOUNTAIN BIKE
A União Ciclística Internacional divulgou recentemente uma grande
quantidade de mudanças em suas regras para o MTB e na dinâmica das
provas de Copa do Mundo (WC) .
Vamos explicar o que muda e porque tanta coisa deve mudar.
Primeiro,
vale lembrar de dois pontos: O novo ciclo olímpico e a mudança da
transmissão das Copas do Mundo das mãos da Red Bull para a Warner Bros.
Discovery.
Agora o circuito passa a ser gerido de outra forma, dessa vez, pela
Enduro Sports Organisation Ltd. um dos braços europeus do grupo Warner
Bros. Dicovery. (WBD) Sim, isso mesmo, a junção da Warner Bros. dos
filmes de Hollywood com a Discovery Channel dos documentários e
realizeis shows.
O que poucos sabem é que esse grupo já tem um
outro braço europeu chamado Playsports, são eles que produzem os
conteúdos dos canais de Youtube Global Cycling Network (GCN) e Global
Mountain Bike Network (GMBN) e suas subsidiárias (GMBN Tech, o Canal de
E-Bikes EMBN, além de canais de Triathlon e afins).
Esse time já
vinha fazendo a cobertura da Enduro World Series (EWS) com resultados
interessantes, mesmo com o desafio logístico enorme que é cobrir uma
prova multi etapas itinerante. A EWS é organizada pela Enduro Sports
Organisation Ltd. (ESO) aí nasce a relação com a UCI.
PublicidadeTercerização da Copa do MundoO
formato de gestão terceirizadas da Copa do Mundo não é algo novo, ele
já vinha sendo aplicado nas provas de Cross Country Eliminator com a
CityMountainbike, prova essa que visitou o Brasil em 2018
tendo o round final daquela temporada realizado em Congonhas junto com a CIMTB.
Enduro na Copa do Mundo
Não
é só a sigla do Enduro que muda, que antes tinha se chamava END nas
documentações oficiais, agora passa a ser o EDR, mas seu status também
muda.
O mais recente expoente do MTB se torna uma prova a nível
de Copa do Mundo. Antes uma prova de Class 3, sem um ranking UCI
próprio, agora o status é outro, a disciplina que mais cresce no MTB,
ganha a mesma responsabilidade do DHI e do XCO dentro da agenda das
etapas de Copa do Mundo com a Enduro World Series passa a integrar a
Copa do Mundo de MTB, reunindo em um só circuito as 3 principais
vertentes do MTB mundial. Em algumas etapas teremos as provas de XC
somadas as provas de Enduro, em outros as de DHI somadas as provas de
enduro e em uma em especial, Les Gets - França entre os dias 7-17 de
setembro de 2023.
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Esse trabalho com o enduro vem de tempos, o Enduro como conhecemos hoje vêm de um trabalho que o Chris orquestrou, e
noticiamos aqui no Pedal.com.br,
enquanto ainda trabalhava para a UCI como Delegado Técnico ele tentou
desenvolver o primeiro conceito de Copa do Mundo de Enduro, porém, em
2011 o esporte ainda não estava bem definido. Apenas em 2013,
com o nascimento da Enduro World Series,
pelas mãos do mesmo Chris, é que o formato que temos hoje que mescla
especiais cronometradas conectadas com deslocamentos sem cronometragem,
foi consolidado. Chris Ball é o CEO da ESO. O trabalho na EWS foi tão
bem reconhecido que a ESO acabou ganhando a WBD como sócia, assim
crescendo no último ano até conseguir a estrutura para ganhar a disputa
pela terceirização das Copas do Mundo.
Durante a etapa de Las
Gets teremos um grande festival com 10 dias de duração e todo o circo do
MTB mundial reunindo com provas de Cross Country Olímpico (XCO), Cross
Country Short Track (XCC), Cross Country Marathon (XCM) com o Downhill
(DHI) e o Enduro (EDR).
Essa mudança é que também abriu o espaço para o Marathon acabar ganhando status de Copa do Mundo.
FIm da UCI Marathon Series
Falando
em CIMTB, o XCM, grande querido da cena brasileira de MTB por reunir o
maior número de participantes nas provas nacionais, passa a integrar o
calendários da Copa do Mundo. Agora viajando junto com o circo dos
outros XCs, passa a incrementar a disputa da Copa do Mundo, pois agora
os atletas terão que ser mais completos, e correr desde as provas curtas
e rápidas do XCC até as grandes distâncias do XCM.
Porém, com
isso perdemos a chance de termos a Marathon Series no Brasil, algumas
cidades já haviam recebido provas desse tipo, mas a mais tradicional era
certamente a etapa de Congonhas da CIMTB. Congonhas continua no
calendário, porém em outro formato, pois receberá o Campeonato
Panamericano de XCO, XCC e Team Relay esse ano.
Novas Regras
Fizemos um apanhado também das regras que mudam para a temporada 2023.
Cross Country
Nas
provas de Cross Country as mudanças ficam a cargo de algumas categorias
e estruturas para se adequarem as novas condições de transmissão das
etapas, com a entrada das provas de XCM na programação, uma delas e que
deve mexer bastante na dinâmica das corridas é a introdução dos rádios.
Agora,
nas etapas de Copas do Mundo ou sob autorização da UCI, está autorizado
o uso de rádios entre os atletas e suas equipes. Os rádios deve trazer
uma dinâmica um pouco mais próxima do que vemos nas provas de estrada,
onde os mesmo já são comuns a anos, sendo por lá julgados como vilões,
pois as provas se tornaram mais estratégicas e menos agressivas, com
ataques mais controlados. Veremos os mesmo impactos no XC? Bom é cedo
para afirmar, mas as dinâmicas do MTB são mais intensas e o rádios deve
se tornar útil mais na resolução de problemas mecânicos e para coordenar
os abastecimentos do que como estratégia, até porque, em provas de
circuito é razoavelmente fácil fazer a informação chegar ao atleta, já
no XCM o impacto deve ser mais profundo.
Outra mudança
interessante é a adição das categorias Sub-23 em mais eventos, em 2023
teremos também provas de XCC para os Sub-23, ajudando os atletas mais
jovens a terem mais oportunidade de se acostumar com essas provas e
terem mais exposição de mídia. De 2024 em diante também teremos o XCC de
Sub-23 no Campeonato Mundial valendo a glória e a camisa de Campeão
mundial.
Outra mudança que deve nos impactar a nível nacional
são as novas regras para provas Hors Class (HC). Vai ficar mais difícil
para realizar essas provas que são um passo antes de uma Copa do Mundo.
No Brasil, tradicionalmente temos provas dessa classe em Minas Gerais,
porém agora com a exigência de presença de ao menos 8 dos Top 50 da
Ranking UCI de cada gênero e mais a incremento de 5 para 10 nações
estrangeiras presentes no evento, tornam o processo mais complexo. Há
também a necessidade dos 3 anos anteriores terem sido Classe 1 e terem
tido a categoria Sub-23 correndo separada (fato raro no Brasil).
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A
perda dessa categoria representa uma redução expressiva nos pontos
distribuídos, se reduzindo de 100 para 60 pontos disponíveis e não mais
entregando pontos aos top 25 e apenas aos menores 15.
Outra
mudança é a exigência de termos uma prova de puro Marathon (XCM) como
parte das provas por etapas, em anos anteriores vimos o conceito desses
eventos ser um tanto deturpado realizando provas de Contra o Relógio +
XCO + uma prova de critério por eliminação (aquela que vai eliminado o
último até que se sobre apenas o atletas do pódium para decidir o sprint
final). Tendo em vista que essas provas nasceram das provas pro etapas
da estrada, nada mais justo do que nos aproximarmos do modelo de origem.
DownhillO Downhill vem sendo a anos a
disciplina de maior audiência nas transmissões da Copa do Mundo, agora a
ESO mexe um pouco na estrutura do evento justamente a disponibilizar
mais horas de transmissão e, consequente, mais exibição aos atletas e
equipes.
Para tal foram agregadas as Semi Finais, a partir de
2023 os atletas continuam correndo o Qualificação (Qualify) e onde os
Top 25 júniors masculino e as Top 10 júnior feminino passam para as
finais, nas elites, os Top 60 resultados masculinos e os top 15
resultados femininos avançam para as semi finais a serem realizadas no
mesmo dia das finais.
Das semi finais classificam os 30 melhores
homens e as 10 melhores mulheres para disputarem as finais. Assim
garantindo mais horas de transmissão, mais enredo para as corridas e
mais deleite aos fans.
PublicidadeOutra
novidade para essa temporada será no campo dos uniformes, dessa vez a
atualização das regras vai banir as camisas de mandas curtas e calças e
bermudas que não sejam feitas exclusivamente para o MTB e BMX. Assim se
aumenta a segurança e a visibilidade das marcas, mas também o calor que
os atletas sentiram, em especial em lugares como o nosso Brasil, (pois a
regra se aplica a todas as provas e não exclusivamente nas Copas do
Mundo).
Juntamente com as mangas longas, agora é obrigatório
apresentar proteções par joelhos e canelas quando competir de bermuda no
DHI. Basicamente essas atualizações são a aplicação do regulamento de
equipamentos do BMX para o DHI.
Pump TrackSim, até na disciplina mais nova do MTB há mudanças.
O
Pump Track agora ganha uma nova sigla ?PUM?, a disciplina ainda não
tinha uma sigla para chamar de sua e esse era um ponto a ser corrigido
para que ela possa ser integrada ao Mundial Urbano de Ciclismo em 2024,
evento esse que deve congregar de tudo um pouso, de XCE e PUM até provas
de BMX (racing e Freestyle) entre outras não muito comuns aos nossos
olhos, como Cycleball, Flatland e Ciclismo Artístico.
A cobertura da temporada 2023 você acompanha aqui no
Pedal.com.br .
Por: Felipe Pimpão
Fonte:
bit.ly/3VZoBVT