FPC
Federação Paranaense de Ciclismo
Telefone
(41) 99661-1460

REGRAS UCI 2023 - VEJA O QUE MUDA NO MOUNTAIN BIKE

04/01/2023

REGRAS UCI 2023 - VEJA O QUE MUDA NO MOUNTAIN BIKE

A União Ciclística Internacional divulgou recentemente uma grande quantidade de mudanças em suas regras para o MTB e na dinâmica das provas de Copa do Mundo (WC) .

Vamos explicar o que muda e porque tanta coisa deve mudar.

Primeiro, vale lembrar de dois pontos: O novo ciclo olímpico e a mudança da transmissão das Copas do Mundo das mãos da Red Bull para a Warner Bros. Discovery.

 Agora o circuito passa a ser gerido de outra forma, dessa vez, pela Enduro Sports Organisation Ltd. um dos braços europeus do grupo Warner Bros. Dicovery. (WBD) Sim, isso mesmo, a junção da Warner Bros. dos filmes de Hollywood com a Discovery Channel dos documentários e realizeis shows.


O que poucos sabem é que esse grupo já tem um outro braço europeu chamado Playsports, são eles que produzem os conteúdos dos canais de Youtube Global Cycling Network (GCN) e Global Mountain Bike Network (GMBN) e suas subsidiárias (GMBN Tech, o Canal de E-Bikes EMBN, além de canais de Triathlon e afins).

Esse time já vinha fazendo a cobertura da Enduro World Series (EWS) com resultados interessantes, mesmo com o desafio logístico enorme que é cobrir uma prova multi etapas itinerante. A EWS é organizada pela Enduro Sports Organisation Ltd. (ESO) aí nasce a relação com a UCI.

Publicidade


Tercerização da Copa do Mundo

O formato de gestão terceirizadas da Copa do Mundo não é algo novo, ele já vinha sendo aplicado nas provas de Cross Country Eliminator com a CityMountainbike, prova essa que visitou o Brasil em 2018 tendo o round final daquela temporada realizado em Congonhas junto com a CIMTB.

Enduro na Copa do Mundo

Não é só a sigla do Enduro que muda, que antes tinha se chamava END nas documentações oficiais, agora passa a ser o EDR, mas seu status também muda.

O mais recente expoente do MTB se torna uma prova a nível de Copa do Mundo. Antes uma prova de Class 3, sem um ranking UCI próprio, agora o status é outro, a disciplina que mais cresce no MTB, ganha a mesma responsabilidade do DHI e do XCO dentro da agenda das etapas de Copa do Mundo com a Enduro World Series passa a integrar a Copa do Mundo de MTB, reunindo em um só circuito as 3 principais vertentes do MTB mundial. Em algumas etapas teremos as provas de XC somadas as provas de Enduro, em outros as de DHI somadas as provas de enduro e em uma em especial, Les Gets - França entre os dias 7-17 de setembro de 2023.

Publicidade



Esse trabalho com o enduro vem de tempos, o Enduro como conhecemos hoje vêm de um trabalho que o Chris orquestrou, e noticiamos aqui no Pedal.com.br, enquanto ainda trabalhava para a UCI como Delegado Técnico ele tentou desenvolver o primeiro conceito de Copa do Mundo de Enduro, porém, em 2011 o esporte ainda não estava bem definido. Apenas em 2013,com o nascimento da Enduro World Series, pelas mãos do mesmo Chris, é que o formato que temos hoje que mescla especiais cronometradas conectadas com deslocamentos sem cronometragem, foi consolidado. Chris Ball é o CEO da ESO. O trabalho na EWS foi tão bem reconhecido que a ESO acabou ganhando a WBD como sócia, assim crescendo no último ano até conseguir a estrutura para ganhar a disputa pela terceirização das Copas do Mundo.

Durante a etapa de Las Gets teremos um grande festival com 10 dias de duração e todo o circo do MTB mundial reunindo com provas de Cross Country Olímpico (XCO), Cross Country Short Track (XCC), Cross Country Marathon (XCM) com o Downhill (DHI) e o Enduro (EDR).

Essa mudança é que também abriu o espaço para o Marathon acabar ganhando status de Copa do Mundo.

FIm da UCI Marathon Series

Falando em CIMTB, o XCM, grande querido da cena brasileira de MTB por reunir o maior número de participantes nas provas nacionais, passa a integrar o calendários da Copa do Mundo. Agora viajando junto com o circo dos outros XCs, passa a incrementar a disputa da Copa do Mundo, pois agora os atletas terão que ser mais completos, e correr desde as provas curtas e rápidas do XCC até as grandes distâncias do XCM.

Porém, com isso perdemos a chance de termos a Marathon Series no Brasil, algumas cidades já haviam recebido provas desse tipo, mas a mais tradicional era certamente a etapa de Congonhas da CIMTB. Congonhas continua no calendário, porém em outro formato, pois receberá o Campeonato Panamericano de XCO, XCC e Team Relay esse ano.

Novas Regras

Fizemos um apanhado também das regras que mudam para a temporada 2023.

Cross Country
Nas provas de Cross Country as mudanças ficam a cargo de algumas categorias e estruturas para se adequarem as novas condições de transmissão das etapas, com a entrada das provas de XCM na programação, uma delas e que deve mexer bastante na dinâmica das corridas é a introdução dos rádios.

Agora, nas etapas de Copas do Mundo ou sob autorização da UCI, está autorizado o uso de rádios entre os atletas e suas equipes. Os rádios deve trazer uma dinâmica um pouco mais próxima do que vemos nas provas de estrada, onde os mesmo já são comuns a anos, sendo por lá julgados como vilões, pois as provas se tornaram mais estratégicas e menos agressivas, com ataques mais controlados. Veremos os mesmo impactos no XC? Bom é cedo para afirmar, mas as dinâmicas do MTB são mais intensas e o rádios deve se tornar útil mais na resolução de problemas mecânicos e para coordenar os abastecimentos do que como estratégia, até porque, em provas de circuito é razoavelmente fácil fazer a informação chegar ao atleta, já no XCM o impacto deve ser mais profundo.

Outra mudança interessante é a adição das categorias Sub-23 em mais eventos, em 2023 teremos também provas de XCC para os Sub-23, ajudando os atletas mais jovens a terem mais oportunidade de se acostumar com essas provas e terem mais exposição de mídia. De 2024 em diante também teremos o XCC de Sub-23 no Campeonato Mundial valendo a glória e a camisa de Campeão mundial.

Outra mudança que deve nos impactar a nível nacional são as novas regras para provas Hors Class (HC). Vai ficar mais difícil para realizar essas provas que são um passo antes de uma Copa do Mundo. No Brasil, tradicionalmente temos provas dessa classe em Minas Gerais, porém agora com a exigência de presença de ao menos 8 dos Top 50 da Ranking UCI de cada gênero e mais a incremento de 5 para 10 nações estrangeiras presentes no evento, tornam o processo mais complexo. Há também a necessidade dos 3 anos anteriores terem sido Classe 1 e terem tido a categoria Sub-23 correndo separada (fato raro no Brasil).

Publicidade



A perda dessa categoria representa uma redução expressiva nos pontos distribuídos, se reduzindo de 100 para 60 pontos disponíveis e não mais entregando pontos aos top 25 e apenas aos menores 15.

Outra mudança é a exigência de termos uma prova de puro Marathon (XCM) como parte das provas por etapas, em anos anteriores vimos o conceito desses eventos ser um tanto deturpado realizando provas de Contra o Relógio + XCO + uma prova de critério por eliminação (aquela que vai eliminado o último até que se sobre apenas o atletas do pódium para decidir o sprint final). Tendo em vista que essas provas nasceram das provas pro etapas da estrada, nada mais justo do que nos aproximarmos do modelo de origem.

Downhill
O Downhill vem sendo a anos a disciplina de maior audiência nas transmissões da Copa do Mundo, agora a ESO mexe um pouco na estrutura do evento justamente a disponibilizar mais horas de transmissão e, consequente, mais exibição aos atletas e equipes.

Para tal foram agregadas as Semi Finais, a partir de 2023 os atletas continuam correndo o Qualificação (Qualify) e onde os Top 25 júniors masculino e as Top 10 júnior feminino passam para as finais, nas elites, os Top 60 resultados masculinos e os top 15 resultados femininos avançam para as semi finais a serem realizadas no mesmo dia das finais.

Das semi finais classificam os 30 melhores homens e as 10 melhores mulheres para disputarem as finais. Assim garantindo mais horas de transmissão, mais enredo para as corridas e mais deleite aos fans.

Publicidade


Outra novidade para essa temporada será no campo dos uniformes, dessa vez a atualização das regras vai banir as camisas de mandas curtas e calças e bermudas que não sejam feitas exclusivamente para o MTB e BMX. Assim se aumenta a segurança e a visibilidade das marcas, mas também o calor que os atletas sentiram, em especial em lugares como o nosso Brasil, (pois a regra se aplica a todas as provas e não exclusivamente nas Copas do Mundo).

Juntamente com as mangas longas, agora é obrigatório apresentar proteções par joelhos e canelas quando competir de bermuda no DHI. Basicamente essas atualizações são a aplicação do regulamento de equipamentos do BMX para o DHI.

Pump Track
Sim, até na disciplina mais nova do MTB há mudanças.

O Pump Track agora ganha uma nova sigla ?PUM?, a disciplina ainda não tinha uma sigla para chamar de sua e esse era um ponto a ser corrigido para que ela possa ser integrada ao Mundial Urbano de Ciclismo em 2024, evento esse que deve congregar de tudo um pouso, de XCE e PUM até provas de BMX (racing e Freestyle) entre outras não muito comuns aos nossos olhos, como Cycleball, Flatland e Ciclismo Artístico.

A cobertura da temporada 2023 você acompanha aqui no Pedal.com.br .

Por: Felipe Pimpão

Fonte: bit.ly/3VZoBVT
Federação Paranaense de Ciclismo
Desde 1953 buscando soluções e melhorias para todos atletas de ciclismo
Rua Felipe Camarão, 606 - casa 01, Parolim - Curitiba - PR
(41) 99661-1460
contato@fpc.esp.br